Terceiro caso de Sarampo confirmado em Tupã

A Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Saúde, confirmou na terça-feira (22) novo caso de sarampo em Tupã. O paciente, uma criança de apenas 1 ano, do sexo masculino, apresentou quadro de febre no dia 6 de setembro e de enxatema (erupções cutâneas vermelhas em uma região específica ou por todo o corpo, causadas por infecções virais ou bacterianas) no dia 12 de setembro.

A criança passou por atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), sendo notificado como caso suspeito de sarampo. Foi constatado que ele havia recebido apenas uma dose da vacina tríplice viral (que protege contra sarampo, rubéola e caxumba), já que no período em que estava agendada a segunda dose da vacina a criança apresentava febre, impossibilitando a imunização.

Ele foi submetido a vários exames, que foram encaminhados ao Instituto Adolfo Lutz de Marília. Seguindo o protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde, assim que a suspeita foi notificada a Secretaria Municipal de Saúde, através da Vigilância Epidemiológica e da rede de Atenção Básica, realizou ações de bloqueio vacinal no prazo de 72 horas, abrangendo os contatos da criança, tanto domiciliares quanto na creche em que estuda.

Na terça-feira o Instituto Adolfo Lutz divulgou a confirmação laboratorial, apontando quadro positivo para sarampo. Este é o terceiro caso da doença confirmado neste ano em Tupã. A Secretaria Municipal de Saúde informou também que a criança foi avaliada pelos médicos do grupo técnico de sarampo e liberada, já que não apresentou complicações que justificassem sua internação.

A Secretaria Municipal de Saúde informou ainda que aguarda resultado de outros quatro casos suspeitos de sarampo e que as medidas de prevenção contra a doença continuam sendo intensificadas, através de vacinação nas unidades de saúde para quem está em atraso e intensificação em casos de bloqueio.

Vale lembrar que a vacina tríplice viral está disponível para pessoas de 1 a 29 anos, que deverão receber duas doses da vacina. Adultos de 30 a 59 anos necessitam de apenas 1 dose. Já pessoas acima de 60 não precisam ser imunizadas.

Futuro em risco: o perigo de não vacinar as crianças

Especialistas defendem por que a vacinação infantil é crucial para termos um mundo mais saudável e livre de surtos e epidemias

Por Dr. Guido Carlos Levi, infectologista, e Dra. Monica Levi, pediatra

De certo modo, a vacinação infantil é vítima de seu próprio sucesso. (Foto: Gjohnstonphoto/iStock)

Recentemente, no final de uma palestra sobre imunização para uma sala lotada de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, alguém da plateia levantou a mão e nos fez essa surpreendente pergunta: “Mas as vacinas são realmente necessárias?”

Poderíamos ter respondido com um monossilábico “sim”, mas preferimos adotar outra tática para sermos mais convincentes. Por isso, devolvemos para a plateia:

— Quem de vocês já viu um caso de varíola?

Ninguém havia visto.

— Quem de vocês já viu um caso de sarampo?

Como o encontro ocorreu antes dos recentes surtos dessa doença, a resposta foi unânime: nenhuma pessoa na plateia tinha visto.

Continuamos:

— E quem de vocês já viu uma criança com pólio?

Novamente ninguém se manifestou.

Veja só: há coisa de um pouco mais de 50 anos, nossos hospitais abrigavam numerosos casos de varíola em adultos e crianças, com altas taxas de mortalidade. Na década de 1980, havia enfermarias lotadas de crianças com sarampo.

O problema era, inclusive, a segunda causa mais frequente de doença infecciosa a vitimar nossa população infantil. E a pólio, então, uma das principais razões por trás de crianças com limitações de movimento até a década de 1960.

Como vocês acham que essas doenças, tão comuns e graves, tornaram-se desconhecidas na atualidade? Não adianta pensar em explicações esotéricas ou alternativas. A resposta é uma só: graças ao sucesso das vacinas.

Os imunizantes trouxeram e continuam trazendo enormes benefícios na prevenção desses e de outros males infecciosos. Onde foi parar a difteria? A rubéola congênita? E o tétano neonatal? Não precisamos nos alongar muito para deixar claro que as vacinas são o maior presente que a medicina ofereceu à humanidade.

No entanto, apesar dos inegáveis resultados positivos, nunca estiveram tão ativos, no mundo todo, grupos contrários às imunizações. Eles vêm incendiando a mídia, especialmente a eletrônica, com informações e orientações contra o uso de vacinas. Suas motivações são variadas:

  • Religiosas: “Só Deus pode decidir sobre o destino dos homens.”
  • Filosóficas: “Só o que é natural é bom. As vacinas não são naturais. Logo, não são boas.”
  • Pseudomédicas: “As vacinas sobrecarregam o sistema imunológico da criança.”

Sim, há uma miscelânea de argumentos. Todos, porém, têm algumas características em comum:

  • A absoluta falta de base científica
  • O total desconhecimento histórico
  • A impermeabilidade a provas contrárias a seu ponto de vista
  • O alarmismo de suas manifestações

Como consequência desse movimento, muitas das doenças que poderiam ter sido erradicadas ou pelo menos controladas ainda dão origem a surtos e até mesmo epidemias.

Se o ressurgimento da difteria e do sarampo na Venezuela, assim como a pólio e o sarampo na Nigéria, no Paquistão e no Afeganistão, pode em grande parte ser atribuído à pobreza, ao descaso das autoridades locais, à falta de infraestrutura no atendimento a saúde e a conflitos civis, os mesmos argumentos não servem para justificar os recentes surtos de sarampo em vários países da Europa.

Eles foram causados principalmente pela insuficiente cobertura da vacina, ainda que o agente imunizante estivesse amplamente disponível. A atuação dos grupos antivacina foi lamentavelmente decisiva para esses surtos.

Pode-se alegar que o temor das reações adversas das vacinas também está por trás de boa parcela dos casos de recusa. De fato, as imunizações são potencialmente acompanhadas de efeitos colaterais indesejáveis.

Contudo, eles são muito inferiores, quando aparecem, do que é propagado por aí pelos grupos antivacinas. No balanço entre riscos e benefícios, são incomparavelmente mais brandos do que as doenças evitadas com seu uso.

Para reverter a subutilização dessa arma tão segura e eficaz e proteger a população dos sofrimentos impostos pelas enfermidades infecciosas, é necessário conscientizar permanentemente a população sobre as vantagens da vacinação.

Para tanto, é importante inclusive que os profissionais de saúde, em particular aqueles em maior contato com os pais e responsáveis pelas crianças, conheçam as evidências científicas a respeito para que possam esclarecer as pessoas sobre os benefícios das vacinas e o que fazer diante de eventuais efeitos adversos — e isso precisa ser feito, claro, com paciência e linguagem clara e acessível.

Da mesma maneira, é fundamental que os profissionais e a sociedade se empenhem em combater as notícias falsas (tão em moda hoje), divulgadas sem qualquer embasamento científico.

A mídia tradicional deve ser uma aliada, como aliás tem se mostrado na maioria das vezes, na luta e na conscientização para uma saúde cada vez melhor. E o campo da vacinação não permite acomodações, sob pena de retrocessos inaceitáveis numa área da medicina cujos benefícios já estão mais que comprovados.

O futuro aponta para uma progressiva expansão das imunizações, tanto em termos de alcance quanto no número de vacinas disponíveis. Não há sentido em permitir que a desinformação e movimentos sem sentido comprometam os avanços inestimáveis da vacinação, algo capaz de colocar em risco as crianças e um mundo melhor e mais saudável.

Revisão técnica: Dr. Marco Aurélio Sáfadi, pediatra, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e diretor do Departamento de Imunizações da Sociedade de Pediatria de São Paulo

Carreata alerta sobre a poliomielite

Dia D contra a Polio será domingo (27), das 9h às 11 horas, em frente ao Poupatempo

Nesta quinta-feira (24), a Prefeitura de Tupã, em parceria com o Rotary Club Tupã e Rotary Club Tupã Vanuíre, realizou uma carreata para alertar a população sobre a importância da vacinação contra sarampo e poliomielite. A ação contou com a participação do Zé Gotinha.

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Comércio Exterior, Eduardo “Shigueru” Edamitsu, esteve presente na ação e destacou a importância da vacina contra a poliomielite.

“No dia 24 comemoramos o combate da poliomielite, este dia foi instituído pelo Rotary Internacional para a erradicação mundial desta doença. Nós estamos realizando esta campanha, somando ao trabalho do Rotary e envolvendo toda a nossa comunidade na prevenção à doença”, afirmou.

O secretário municipal de Relações Institucionais, Lucas Hatano, disse que a campanha visa ampliar a divulgação sobre as formas de prevenção à poliomielite. “Esta é uma forma de divulgar as formas de combate a essa doença, que já assolou o nosso país e pode voltar a nos assombrar se não houver a prevenção da população. Realizar estas campanhas é uma forma de conscientizar à população sobre a importância da vacina. Por isso, pedimos para que todas as famílias busquem os postos de saúde e verifiquem se a carteira de vacinação está em dia”, disse.

O presidente do Rotary Club Tupã, Samuel Azevedo, salientou sobre a parceria ser essencial para trabalhos em prol da comunidade. “Gostaria de agradecer e parabenizar aos companheiros dos dois Rotary, à Prefeitura de Tupã e Secretaria Municipal de Saúde, pela parceria nesta campanha tão importante para proteger manter as nossas crianças protegidas”, agradeceu.

A enfermeira de Vigilância Epidemiológica, Juliana Yuri Ueji Begnossi, ressaltou que todas as Unidades Básicas de Saúde do município estão munidas com a vacina para atender a demanda cidade.

“Para que a gente não tenha essas doenças que podem afetar drasticamente a vida de muitas pessoas é necessária a conscientização da população como um todo. A mobilização desta quinta-feira teve o objetivo de fazer barulho na cidade para lembrar as pessoas sobre a importância de manter a carteira de vacina atualizada. Vale lembrar que nossas unidades de saúde estão com as salas de vacinação regularizadas, com estoque de vacina e prontas para atender a população”, enfatizou.

O secretário municipal interino de Saúde, Wilson Quiles Junior – “Quilão”, informou que em alusão ao “Dia Mundial de combate à Poliomielite” no domingo (27), das 9h às 11 horas, serão oferecidos diversos atendimentos à população em frente ao Poupatempo, localizado na avenida Tabajaras, nº 400. Além disso será realizada uma ação de conscientização e a “Pedalada contra a Polio” promovida pelos Rotarys.

Já o prefeito Caio Aoqui ressaltou que quanto mais pessoas imunizadas, menor será a chance do adoecimento. “A vacina contra a poliomielite é a única forma eficaz de combate a doença. Por isso, é fundamental que a população verifique suas carteiras vacinais nas unidades de saúde. Gostaria de parabenizar esta mobilização, porque a prevenção é a melhor forma de proteger a nossa cidade conta essas doenças”, concluiu.

Fonte: Assessoria de Imprensa

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