Fonte: Tribuna e Valdecir Luis De Souza
São sete na área urbana e dois na rural; em 2019, município registrou apenas duas notificações da doença até 28 de março, mas fechou o ano com 362
O ano novo começou com uma má notícia na área da saúde em Bastos. A Vigilância em Saúde divulgou à Tribuna que nove moradores contraíram dengue neste mês. Os casos, todos autóctones, quando a transmissão ocorre no próprio município, foram confirmados nesta semana, com a chegada dos resultados dos exames, feitos pelo Instituto Adolfo Lutz, de Marília. Até o fechamento desta página, na manhã desta sexta-feira dia 17, não havia notificação de caso suspeito no município.
Dos infectados, sete moram na cidade (quatro no Jardim Esplanada, dois no Jardim Laranjeiras e um no Centro) e dois na zona rural (seções Cascata e Glória II).
A diretora da Vigilância à Saúde, Andréia Guirau de Oliveira, disse que já foram tomadas medidas de bloqueio no entorno das casas dos pacientes: busca ativa (rastreamento para identificar outras pessoas com eventuais sintomas da dengue), vistoria em residências e estabelecimentos comerciais para localização e eliminação de focos do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença, visitas de orientação aos moradores a respeito de procedimentos corriqueiros que ajudam a evitar a formação de criadouros e, assim, a conter o avanço da dengue. Todo esse trabalho é realizado pelas equipes de controle de endemias e zoonoses e de agentes comunitários de saúde.
A única medida da operação de bloqueio não efetivada foi a nebulização à base de inseticida nas áreas onde residem as pessoas que contraíram a dengue. O motivo é o desabastecimento do produto específico para essa finalidade em todo país.
Andréia Guirau de Oliveira ressaltou a necessidade de os pacientes permanecerem em repouso no período determinado pelo atestado médico. “Quem contrai a dengue pode transmiti-la para outras por até seis dias, a partir do dia anterior ao surgimento de febre, que é um dos seus sintomas. Por isso é recomendável que durante esse intervalo de tempo não saia de casa para evitar a transmissão”, explicou.
Epidemia e Preocupação
Balanço da Vigilância Epidemiológica Municipal apresentado à Tribuna aponta que em 2019, Bastos enfrentou epidemia com 362 casos de dengue, dos quais um resultou em óbito. No total foram 573 notificações, das quais em 211 o exame teve resultado negativo.
Neste início de 2020 a incidência de casos confirmados de dengue é bem maior, o que é motivo de preocupação entre as autoridades de saúde. Até 28 março de 2019, o município havia registrado apenas duas notificações da doença, contra nove na primeira quinzena deste ano.
Também preocupa o maior volume de chuvas entre dezembro e janeiro comparado a igual período no ano passado. Altos índices pluviométricos associados ao calor são as condições climáticas ideais para a reprodução do mosquito que além da dengue transmite chikungunya e zika.
Sintomas e Prevenção
Os principais sintomas da dengue são febre alta e persistente, dores de cabeça, no corpo, articulações e atrás dos olhos, fraqueza e formigamento. Perda de peso e náuseas também são comuns. Ao surgimento dos sintomas a pessoa deve procurar imediatamente a unidade da rede básica de saúde da qual é usuária ou seu médico.
A diretora de Vigilância em Saúde, ressalta a importância da população no combate ao Aedes aegypti e na prevenção da doença. “Como o mosquito transmissor da dengue deposita seus ovos em água parada, é necessário evitar deixar a céu aberto materiais como latas, vasilhames, pneus, entre outros, vedar bem caixas e reservatórios d’água, manter calhas e lajes desobstruídas, colocar areia grossa nos pratos dos vasos e deixar os ralos tampados”, orientou.
É recomendável ainda que as pessoas passem repelente no corpo. Há muitos deles produzidos pela indústria farmacêutica disponíveis nas drogarias. Outra opção é uma receita de repelente caseira, barata, fácil de preparar, eficaz e para pessoas de todas as idades, conforme dica da própria Andréia Guirau de Oliveira: 1 frasco de óleo hidratante (180/200 ml), a mesma medida de álcool (de 46% até 70%) e 1 pacote de cravo da índia; deixar essa solução em repouso por dois dias antes de aplicá-la no corpo a cada uma hora.