A doença misteriosa que transforma pessoas em estátuas

Catatonia pode deixar pacientes paralisados por horas, dias e até semanas. Médicos conseguem tratar, mas desconhecem as causas exatas

Você conhece a palavra catatonia, geralmente usada por mães para descrever filhos sedentários que não saem do quarto. Mas existe uma doença muito grave, assustadora e misteriosa com o mesmo nome. Seus portadores, podem ficar parados por horas, dias ou até semanas, sem conseguir se mexer.

As raízes da catatonia envolvem a Era Vitoriana, quando era indicada como um tipo de esquizofrenia. Hoje, psiquiatras e neurologistas a colocam em uma categoria separada e identificaram que apenas 7% das pessoas com algum tipo de catatonia possuem esquizofrenia.

Mas, até o momento, não existe uma resposta definitiva para o que causa a catatonia.

Hoje, existem tratamentos para, ao menos, lidar com o pior sintoma da doença: a incapacidade de se movimentar, causada pelo congelamento das atividades motoras.

Geralmente, uma injeção de lorazepam anula os efeitos paralisantes em poucas horas, como afirma Patricia Rosebush, uma neuropsiquiatra entrevista pela VICE.

Pacientes que acordaram de experiências do tipo relatam que estavam conscientes durante todo o tempo. Várias delas pensaram estar mortas ou com muito medo.

Mas, com poucos médicos capazes de diagnosticar e lidar com o problema, muitas vezes os pacientes enfrentam problemas de saúde sérios.

A taxa de mortalidade da doença chega a 35%, geralmente causada por complicações como trombose, embolia pulmonar, desidratação ou algum tipo de infecção.

Em alguns casos, mais incomuns, são percebidos sintomas contrários: a pessoa começa a se mexer sem parar, com movimentos como palmas e chutes.

Em outros casos, a reação da pessoa é exatamente oposta ao que a situação pede. “Por exemplo, se eu abordasse alguém que tentasse apertar sua mão e dizer olá, eles se virariam para a parede e não falavam comigo”, afirma Sebastian Walther, psiquiatra do Hospital Universitário de Berna, na Suíça, entrevistado pela VICE.

Hoje, médicos trabalham em pesquisas específicas sobre os sintomas catatônicos, mas ainda existe um longo caminho a percorrer no desenvolvimento de um tratamento definitivo para a doença.

Fonte: R7

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