Momento de reflexão

Muitas vezes é compartilhada nas redes sociais a seguinte frase:

“É necessário sair da ilha para ver a ilha”

Displicentemente, sem que quem compartilha consiga compreender a profundidade dela. Até porque, a frase faz parte do Livro “O conto da ilha desconhecida”, do Autor José Saramago.

Mas, hoje, este colunista que vos escreve, saindo da ilha para ver a ilha, olhando aqui de cima, em momento de reflexão, me deparei com alguns paradigmas e conceitos que talvez precisamos levar em consideração, como lição deixada por este momento que vivemos, assim que sair dela.

A colunista Juliana Santin, publicou no site de cultura colaborativa OBVIOUS certa vez, uma matéria sobre “porque é mesmo necessário sair da ilha para ver a ilha, onde no resumo final ela descreve:

” Somos todos ilhas desconhecidas. O que aprendi recentemente a duras penas é que a saída da ilha para ver a ilha é um processo pessoal e intransferível. Não há como convencer alguém a ver a ilha de fora, porque a pessoa não vê a ilha. Na maioria das vezes, a tendência é ela achar que você está louco e que, como já disse o rei, não há ilhas desconhecidas, pois todas já foram mapeadas. Você acena feito louco, tenta mostrar, conta como viu a ilha, mas não adianta. Só vê a ilha quem quer ver a ilha e o impulso para que isso aconteça tem que ser muito grande, porque, por ser desconhecida, essa ilha que somos nós é bastante assustadora a princípio. Poucos são os que sentem coragem em enfrentar o oceano sem o mapa, sem a diretriz, sem o capitão direcionando, sem um rumo certo, tendo que decidir metro a metro tudo o que vai acontecer e sem saber se está indo na direção certa, porque, não há mapa. É um processo difícil, mas necessário e sem volta. E depois se acostuma com essa liberdade de decisão do rumo, que vem sempre associada à “náusea” – emprestando o termo usado por Sartre – que é justamente a angústia de dirigir sozinho o barco da nossa própria vida. A nossa ilha desconhecida, que somos nós.”

Pois é, seja olhando de cima para outras ilhas, ou saindo da nossa ilha para enxerga-la melhor, neste momento de reflexão, precisamos verificar os ensinamentos que esta pandemia nos deixa de mensagem, cada um de nós precisamos buscar dentro de nós com os exemplos externos, quais as verdadeiras necessidades de mudança, seja na vida em sociedade, sendo mais justos, mais equilibrados.

Não podemos negar o fato de haver na natureza humana uma tendência em viver em sociedade e que ao realizar esta inclinação o homem realiza o seu próprio bem (Aristóteles).

Não podemos fechar os olhos para manifestações como da Cientista Jane Goodall onde afirma que os seres humanos tem destruído o mundo animal, causando não só para eles como para o próprio homem, momentos como o que estamos passando, onde relata a necessidade de fechar o mercado de animais selvagens.

Não podemos negar o fato de que grande parte dos Políticos do Brasil, não pensam no bem comum da sociedade em geral, tomando medidas que beneficiam somente seu grupo ou a si mesmo.

Não podemos continuar sendo complacentes com o tratamento desumano aos mais vulneráveis e que continuem utilizando o dinheiro público para áreas não essenciais deixando a SAÚDE, EDUCAÇÃO, MEIO AMBIENTE e SEGURANÇA PÚBLICA em segundo plano.

Faça sua reflexão, OLHE DE CIMA PARA AS OUTRAS ILHAS, e SAIA DA SUA ILHA PARA VÊ-LA MELHOR.

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Sobre o autor

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Carlos Henrique Luques Ruiz

Dr. Carlos Henrique Luques Ruiz - Advogado; Pós Graduado em Direito Tributário; Perito Contábil; Pós Graduado em Gestão Pública com ênfase em Cidades Inteligentes. Membro do Conselho Regional de Prerrogativas da 18ª Região da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de São Paulo

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