A Tupãense autodidata Maísa Pereira Ragovesi, nascida no dia 18 de junho de 2002 é a jovem que orgulha os pais, o ambiente escolar, sua cidade e por que não dizer a nação brasileira?
No ano de 2018, a estudante teve acesso ao programa “Jovens Embaixadores”, um estilo de intercâmbio que leva jovens de baixa renda para passar três semanas nos Estados Unidos.
Os critérios para participar do programa são extensos, entre eles ser aluno de escola pública e uma renda máxima fixada por família, entre outros.
“Estar engajado em algum trabalho voluntário há pelo menos um ano e ter um nível de inglês que fosse possível você se comunicar na língua”, destaca a jovem.
Maísa conta que se encaixava no perfil e sabia que seria algo interessante para seu crescimento e desenvolvimento.
“Minha inscrição foi aceita e as provas (escrita e oral) foram realizadas na escola de inglês CCBEU de Tupã. Eu e mais alguns jovens líderes, cerca de oito ou nove, iríamos competir por dois lugares reservados para Tupã. Esta classificação garantia uma vaga para a semifinal do programa”.
Após essa semifinal seriam escolhidos os Jovens Embaixadores finalistas que iriam para os Estados Unidos.
“Fiquei dias ansiosa esperando o resultado e quando vi que fui selecionada para ser uma semifinalista foi uma sensação indescritível, sensação de trabalho recompensado, a emoção é tão grande que eu não consigo explicar”.
O que mais chama a atenção nesta história é que a estudante nunca teve aulas de inglês extras, porém sempre gostou de traduzir músicas e começou a assistir filmes e séries legendados. Ela é autodidata (quem se instrui por esforço próprio, sem a ajuda de mestres).
“A expectativa estava alta e após o resultado veio o banho de água fria, eu não havia sido selecionada. Mas isso me deu mais gás para uma próxima tentativa, eu estaria no 3º ano do Ensino Médio e teria mais uma chance”.
Em 2019 a seleção foi mais restrita, a exigência do trabalho voluntário foi alterado e o inscrito tinha que ser um empreendedor social (indivíduos com soluções inovadoras para problemas enfrentados pela sociedade), trabalho já realizado pela entrevistada no seu cólegio, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – Campus Avançado Tupã (IFSP TUPÃ).
“Eu era a única inscrita, estava realmente muito difícil de se encaixar nos requisitos e novamente não entrei no programa. Mas as portas se abriram e este ano tive a oportunidade, de participar do English Immersion Program 2020 (EIP 2020)”.
No EIP os semifinalistas dos Jovens Embaixadores recebem como prêmio uma viagem para Brasília e lá participam de uma imersão na Língua Inglesa; conversando com diplomatas, desenvolvendo projetos voluntários, assistindo palestras e outras atividades.
Devido a pandemia do Covid-19 neste ano de 2020 a viagem não foi realizada e todos os jovens estão participando do programa de forma online. Os encontros estão sendo desenvolvidos e acompanhados pela embaixada americana do Brasil, teve início no dia 26 de maio e o prazo para terminar é dia 4 de junho.
“Recebemos uma caixa cheia de produtos para usar durante o programa online, desde comidas típicas estadunidenses até camisetas, cadernos, e tecnologias. A experiência está sendo incrível, mesmo online você é totalmente imerso na Língua Inglesa e tem a oportunidade de aprender muito com as pessoas, não somente os palestrante estrangeiros, mas dos seus colegas brasileiros que estão ali participando com você”.
Muito feliz a jovem finalizou:
“Conheci e conversei com pessoas de todos os estados e regiões brasileiras, os nossos sotaques e costumes são tão interessantes quanto os dos gringos. Além disso, os coordenadores do programa fazem de tudo para nos ajudar, forneceram meios de acesso à internet para quem não possui em casa e sempre trazem ótimas discussões e pessoas incríveis para conversar com a gente. Outro dia mesmo trouxeram o Luciano Huck. Fizeram uma surpresa e foi demais”, finalizou Maísa.