Tupãenses unem-se em defesa da dança

O setor artístico-cultural é um dos mais afetados pela pandemia de Covid-19 no Brasil. Até o início de 2020, empregava cerca de 5 milhões de pessoas entre trabalhadores formais e informais – aproximadamente 6% da mão de obra brasileira – e movimentava 170 bilhões de reais ao ano. No estado de São Paulo, a participação é de 4% do PIB, gerando 1,5 milhão de empregos.

Pesquisa FGV/SEBRAE sobre o impacto da pandemia no setor indica que 87% registraram queda no faturamento, 50% tiveram projetos suspensos e 42% tiveram de cancelar toda sua programação.

Em Tupã, a situação não é diferente. Cerca de mil trabalhadores dos diversos setores artísticos da cidade tiveram suas atividades paralisadas desde março do ano passado. Em muitos casos, esses profissionais fecharam as portas definitivamente. É nesse cenário de guerra que profissionais da dança, preocupados com a difícil e indefinida situação que vivenciam, passaram a discutir alternativas que permitam garantir sua sobrevivência enquanto perdurar a pandemia. E dessa conversa surgiu o Movimento dos Profissionais e Espaços de Dança de Tupã em Defesa da Dança como Serviço Essencial.

O Movimento parte de pesquisas científicas que comprovam que atividades físicas moderadas e regulares, como é o caso da dança, aumentam a função imunológica, reduzindo o risco de casos graves e até morte por coronavírus. É o caso do estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), cujo resultado mostrou que a atividade física pode reduzir em 34% a internação hospitalar por Covid-19.

É com essas pesquisas em mãos que o grupo adota o slogan “A dança é saúde física e mental” e defende a dança como atividade essencial. O movimento entende que a liberação controlada das aulas e a reabertura dos espaços de dança na cidade será uma ação positiva e em prol da saúde do tupãense. Justificam ainda que todas as medidas preventivas foram adotadas enquanto houve alguma possibilidade de atividade, como tapetes sanitizantes nas entradas dos espaços, obrigatoriedade do uso contínuo de máscara e de distanciamento social, uso constante de álcool em gel distribuídos em todos os ambientes, número mínimo de alunos por turma, além da higienização dos locais de uso comum em intervalos entre as aulas, dentre outras. Com essas iniciativas, não houve um caso sequer de contágio entre professores e alunos enquanto perduraram as aulas presenciais.

Mesmo com a recente liberação controlada das atividades anunciadas pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do estado de São Paulo, os profissionais da dança discutem ações que esclareçam a população sobre os benefícios e a segurança das atividades no setor e a aproximação com o Conselho Municipal de Cultura, a Secretaria Municipal de Cultura, Legislativo e Executivo em busca de iniciativas que possibilitem incentivos ao setor, garantindo minimamente sua sobrevivência enquanto a pandemia de Covid-19 perdurar.

O movimento da dança tupãense ainda busca a adesão de mais profissionais da área na cidade.

“E a nossa expectativa é que este movimento incentive outros setores culturais a se unirem também para promovermos um diálogo amplo sobre a atual e difícil situação do artista tupãense. Este nosso diálogo com músicos, escritores, atores, artesãos e outros representantes da cultura tupãense deverá ser permanente”, diz um dos membros do grupo.

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