No dia 01 de maio de 1994, o Brasil perdeu um de seus maiores ídolos: o piloto Ayrton Senna. Sábado (1º) completa 27 anos da morte dele. O piloto de Fórmula 1, considerado até hoje um dos maiores feitores de seu esporte, deixou saudades, dezenas de recordes e um carisma inquestionável.
Os dias que precederam sua morte foram de extrema tensão: ele teve uma conversa secreta com Adriane Galisteu, com quem desabafou ao prever que não se daria bem na corrida; além de demonstrar inquietação para as pessoas próximas. Aquela data ficou conhecida como uma das piores de todos os tempos para o esporte.
SEXUALIDADE SECRETA
Nelson Piquet, ex-piloto de Fórmula 1, chegou a afirmar, em 1987, que o piloto morto no acidente era gay. Tudo começou quando, durante uma entrevista, o repórter questionou o que ele achava de ter vencido o campeonato de Fórmula 1 e, mesmo assim, Senna continuar sendo o centro dos holofotes na imprensa. Piquet respondeu: “vai perguntar a ele [Senna] por que não gosta de mulher”.
A afirmação do famoso tomou proporções maiores, a passo que o jornalista escreveu uma matéria completa sobre a sexualidade indefinida de Senna na época. O assunto voltou à tona quando Nelson insinuou novamente, em conversa ao canal de Junior Coimbra no Youtube, em novembro de 2020, que Ayrton era gay.
Lilian Vasconcellos, a única mulher que foi casada com Senna no papel, procurou o programa ‘Balanço Geral’ (Record TV) para afirmar que a separação deles, em 1982, um ano depois da união, foi decidida em comum acordo. O boato era de que o casamento teria sido anulado por dois motivos: não consumação ou traição com o mesmo gênero.
“Não teve anulação. Apenas nos separamos. Foi isso. Tenho todos os documentos, não devo nada para ninguém. Ele era meu.
(…) Morei dois anos com o Ayrton em Norwich, condado de Londres, uma casa muito boa. Foi uma coisa muito bacana, aproveitamos muito. Eu lavava, passava, costurava, fazia de tudo. Era dona do dinheiro, porque ele não gostava de mexer com dinheiro. Tivemos uma paixão muito grande. Um amor grande um pelo outro. Ficamos muito juntos”, comentou ela ao programa.
XUXA IA SE DECLARAR ANTES DO ACIDENTE
O primeiro romance público de Ayrton Senna foi com Xuxa Meneghel, em 1987. Apesar de ter durado apenas um ano e oito meses, o relacionamento é muito lembrado por diversos fãs e também pela imprensa. A loira já vinha de um relacionamento com o então jogador de futebol Pelé, com quem ficou junta por 6 anos. Ela e Senna engataram o romance apenas alguns meses depois do término com o futebolista.
Em 1994, quando Senna namorava Adriane Galisteu, Xuxa revelou que teve um pressentimento estranho e decidiu pedir folga para vê-lo na Itália. Ela estava no Brasil, terminando alguns trabalhos, e foi tomada pela vontade de ter uma conversa sincera com o piloto.
“Me lembro que no sábado eu ia terminar umas músicas, domingo ele ia correr, e eu falei que na segunda-feira eu ia atrás dele. E disse: ‘Estou com um pressentimento de que ele vai se machucar, e vou atrás dele’. Fiquei falando muito dele. Depois vieram me contar que no sábado ele também ficou falando de mim, uma das coisas que ele disse é que ia conversar comigo”, lembrou ela, em entrevista no ‘Altas Horas’.
A Rainha dos Baixinhos ressaltou que não tinha a intenção de separar ninguém, mas tinha esperanças de retomar o relacionamento alguns anos depois: “Não deu porque não existiu mais à frente. De repente poderia estar ele casado com alguém, e obviamente eu não faria isso. Mas como ele ainda estava namorando, eu resolvi ir atrás dele. Mas não aconteceu… Vai ficar sempre no ‘não sei’”.
SENNA PREVIU A MORTE EM CONVERSA COM ADRIANE GALISTEU
Depois de Xuxa, veio Adriane Galisteu. Ela e Senna ficaram juntos por um ano e meio, e a modelo estava em Sintra (Portugal) quando tudo aconteceu.Giorgio Teruzzi, jornalista que cobria a corrida e escreveu o livro ‘L’ Ultima Notte di Ayrton Senna’, descreveu uma conversa que ele e a então namorada tiveram horas antes dele morrer, em entrevista ao Él País.
“Tudo está uma merda, um austríaco bateu e se matou. Eu vi tudo. Morreu na minha frente. Sabe de uma coisa? Eu não quero correr”, desabafou ele, segundo o repórter. Tempos depois, Galisteu confirmou a conversa: “Nunca tinha escutado Ayrton falar desse jeito”.
De acordo com Teruzzi, Senna chegou a pedir o cancelamento da competição. O motivo tinha sido duas tragédias em menos de 24 horas em Ímola: Rubens Barrichello bateu o carro e ficou gravemente ferido e, no dia seguinte, o austríaco Roland Ratzenberger sofreu um acidente, também na pista, ocasionando sua morte.
O jornalista afirmou ainda que Senna estava muito inquieto durante todo o fim de semana (sua corrida seria no domingo, e ele chegou à Itália na quinta-feira). Outro sinal era o carro que ele iria pilotar. O famoso chegou a testar a máquina e fez críticas ao seu funcionamento: “Não posso dirigir, tudo está rígido, o carro pula a todo momento. Parece uma cadeira elétrica”, disse Senna assim que chegou ao circuito.
Ayrton morreu sem realizar dois grandes sonhos: ir à Disney e ter filhos.
SEQUÊNCIA DE TRAGÉDIAS NA ITÁLIA
O brasileiro chegou em Ímola, na Itália, um dia antes do acidente envolvendo Barrichello, um de seus grandes amigos, em 29 de abril de 1994.
O rapaz saiu vivo por pouco, mas com sequelas seríssimas, como a amnésia. O esportista, por exemplo, não se lembra de ter recebido uma visita de Senna, e nem de ter ido ao box dele para se despedir, antes de voltar à Inglaterra.
Já no dia 30 de abril daquele ano, RonaldRatzenberger, piloto de automobilismo austríaco, morreu em um trágico acidente, no mesmo circuito, e causou comoção em toda a comunidade automobilística. O dia seguinte, 1º de maio, ficou marcado pela morte de Senna. A semana é conhecida como a mais sombria de toda a história da Fórmula 1.
Fonte: Revista Ana Maria.