Evento foi cancelado mais este ano devido à pandemia do coronavírus
A Prefeitura de Tupã informa que a tradicional celebração em homenagem aos ex-combatentes tupãenses da revolução de 1932, realizada anualmente no dia 9 de julho, foi cancelada este ano devido à pandemia da Covid-19. A decisão do Executivo tem por objetivo respeitar as medidas de distanciamento social e a fase de transição do Plano SP, que não permitem a realização de eventos.
O secretário municipal de Cultura, Duda Gimenez, contou que a data relembra orgulhosamente o papel fundamental que os combatentes tupãenses tiveram para a história do estado de São Paulo e do Brasil, por meio da participação em um movimento que se tornou um dos símbolos da defesa da democracia.
“Mesmo que não haja celebrações este ano, é importante sempre lembrarmos desse dia com orgulho e olharmos para a história desses combatentes da revolução de 1932 com gratidão e respeito, mantendo viva sempre a memória deste marco”, ressaltou.
O prefeito Caio Aoqui também lamentou que ainda não seja possível a realização de eventos para celebrar e reviver a memória dos combatentes. “É muito triste que ainda não possamos organizar um evento com a presença da Polícia Militar, do Tiro de Guerra, do Corpo de Bombeiros e das demais autoridades. No entanto, gostaríamos de deixar registrado toda a nossa gratidão ao combatentes de 1932, que se tornaram um símbolo da luta pela democracia em nosso país”, salientou.
O vice-prefeito Renan Pontelli relembrou todas as celebrações já realizadas para lembrar da data e dos combatentes tupãenses. “A grande importância desta data é mantermos a nossa memória viva e ensinarmos os mais jovens sobre a história destes bravos combatentes, que se dispuseram a lutar em prol de toda a sociedade para garantir a ordem e a paz”, ressaltou.
Evento tradicional
A celebração é tradicionalmente realizada na Praça 9 de Julho, situada na avenida Tamoios. O evento geralmente conta com a presença de autoridades, representantes do Poder Executivo e Legislativo; além de militares, familiares dos ex-combatentes e público em geral. Além destes, a Orquestra Municipal – “Maestro Júlio de Castro” costuma fazer a recepção musical e tocar durante as solenidades.
A data marca o Dia da Revolução Constitucionalista de 1932 e Dia do Soldado Constitucionalista, conta com a apresentação da história da revolução, com a entrega de homenagens aos familiares dos combatentes, hasteamento das bandeiras nos mastros da Praça, posicionamento de coroas de flores no monumento presente no local, a entrega de moções de congratulações e láureas de mérito pessoal aos militares, entre outras ações.
Revolução Constitucionalista de 1932
A Revolução Constitucionalista de 1932, Revolução de 1932 ou ainda Guerra Paulista, foi um movimento armado que aconteceu em 1932 no estado de São Paulo entre os meses de julho e outubro. O objetivo era derrubar o governo provisório de Getúlio Vargas e convocar uma Assembleia Nacional Constituinte.
O estado de São Paulo lutou praticamente sozinho contra o regime provisório de Vargas. Getúlio conseguiu apoio de alguns estados e conseguiu a vitória armada, enviando representantes do movimento contra o regime para o exílio em Portugal. O saldo final foi muitas mortes para ambos os lados do conflito. Porém, em 1933 houve a Assembleia Nacional Constituinte, e em 1934 foi concluída a constituição.
Por conta do estado de São Paulo lutar sem muitos aliados, o feriado tem maior predominância no território paulista; e como Tupã enviou combatentes à Revolução, anualmente é feita a homenagem a eles.
Segundo a Gerente Geral do Museu Índia Vanuíre, Tamimi Borsatto, no total, foram 87 dias de combates (de 9 de julho a 4 de outubro de 1932 – durando até dois dias depois da rendição paulista). “Tivemos um saldo oficial de 934 mortos, embora estimativas não oficiais reportem até 2.200 mortos. Numerosas cidades do interior do estado de São Paulo sofreram danos devido aos combates”, informou.
