Kahena Kunze (E) e Martine Grael com a medalha de ouro e a bandeira brasileira no pódio olímpico Crédito: Jonne Roriz – 3.ago.2021/COB
As brasileiras Martine Grael e Kahena Kunze são bicampeãs olímpicas. Nesta terça-feira, elas faturaram a medalha de ouro na classe 49erFX da vela nas Olimpíadas de 2020. Para repetirem o feito alcançado nos Jogos do Rio, em 2016, ficaram na terceira posição na medal race, realizada na Baía de Enoshima.
Martine e Kahena precisaram esperar um dia para conquistarem a segunda medalha olímpica de ouro. Afinal, a regata decisiva da 49erFX, antes agendada para segunda-feira, foi adiada por causa da falta de ventos.
Nesta terça, então, quando os barcos puderam ir à água, Martine e Kahena começaram bem a disputa. Passaram na primeira marcação em terceiro lugar, atrás das embarcações da Argentina e Noruega, o que era suficiente para colocá-las na primeira posição na classificação geral. E esse cenário se manteve na segunda e na terceira marcações do evento, assim como na conclusão da regata.
Elas ficaram em terceiro lugar na regata decisiva, o que foi suficiente para o primeiro lugar no pódio na classe 49erFX Crédito: Bernat Armangue/AP
Martine e Kahena terminaram o evento com 76 pontos perdidos. A dupla da Alemanha, com Tina Lutz e Susann Beucke, levou a prata, com 83. E o bronze foi para as holandesas Annemiek Bekkering e Annette Duetz, com 88 pontos perdidos.
Agora, o Brasil passa a somar 12 medalhas nas Olimpíadas de Tóquio, sendo 3 ouros, 3 pratas e 6 bronzes. Além disso, há duas outras asseguradas na disputa do boxe. Essa também foi a 19ª medalha olímpica conquistada pelo Brasil na vela, sendo a primeira nos Jogos de Tóquio. São, agora, oito ouros, três pratas e oito bronzes na modalidade.
Martine Grael e Kahena Kunze, da vela, celebram o bicampeonato olímpico após a disputa da medal race em Tóquio Foto: Gregorio Borgia/AP
“Difícil de acreditar”, diz Martine
Antes da medal race, Martine e Kahena venceram duas das 12 regatas realizadas em Enoshima. Nas outras dez, tiveram um segundo lugar, uma quinta posição, dois sextos, um sétimo, três décimos lugares, um 12º e um 15º, que acabou sendo descartado por ser o pior delas no evento.
Assim, chegaram na segunda posição na classificação geral à regata decisiva das Olimpíadas, atrás das holandesas Annemiek Bekkering e Anette Duetz, mas assumiram a liderança na medal race. “Foi um campeonato de recuperação. Aconteceram coisas que a medalha de ouro parecia longe. Mas a gente nunca desistiu”, afirmou Kahena, à TV Globo. “Está difícil de acreditar. Foi uma semana muito difícil de velejar, muita dificuldade pelo caminho”, acrescentou Martine.
As bicampeãs olímpicas
Amigas desde a adolescência, Martine e Kahena foram campeãs mundiais júnior em 2009, na classe 420. Elas fixaram uma dupla a partir do ciclo para os Jogos do Rio-2016 e, desde então, têm dominado a 49erFX. Afinal, foram campeãs olímpicas há cinco anos e agora repetem o feito nas Olimpíadas de Tóquio. Isso, inclusive, faz Martine igualar o seu pai, Torben Grael, como dona de dois ouros.
Nesse período, elas também foram campeãs mundiais em 2014 e ficaram com o vice em 2013, 2015, 2017 e 2019. Nos Jogos Pan-Americanos, levaram a medalha de prata em 2015 e o ouro em 2019, ano em que foram porta-bandeiras da delegação brasileira na cerimônia de abertura.
Agora, o Brasil passa a contar com 15 atletas bicampeões olímpicos. Martine e Kahena se juntaram a um seleto grupo que possuía outros 13 nomes. São eles: Adhemar Ferreira da Silva (atletismo), Torben Grael, Marcelo Ferreira e Robert Scheidt (vela), Maurício Lima, Giovane Gávio e Serginho (vôlei masculino), Fabi Oliveira, Jaqueline Carvalho, Fabiana Claudino, Paula Pequeno, Thaísa Menezes e Sheilla Castro (vôlei feminino).