CCZ entrega amostras vivas de escorpiões para o Butantan. Animais capturados em ações de rotina ajudarão na produção de antídotos
O departamento de Vigilância em Saúde, por meio do Controle de Zoonoses de Tupã, levou mais 200 amostras vivas para o Instituto Butantan, a ação resulta do trabalho de capturas diurnas e noturnas para controle de escorpiões no município.
O chefe de setor de Controle de Zoonoses, Robison Luis, explicou que os animais são transportados em recipientes de contenção apropriados para manutenção da sobrevivência deles. “A medida é essencial para que o Instituto receba os escorpiões nas condições físicas ideais para a extração do veneno necessário para pesquisa e produção do soro antiescorpiônico”.
A bula do soro desenvolvido pelo Butantan afirma que o produto é indicado nos casos de acidente por picada de escorpião do gênero Tytus serrulatus (amarelo, espécie encontrada em Tupã), e também para os gêneros bahiensis (preto) e stigmurus (escorpião-do-nordeste).
Assegurar o abastecimento de exemplares vivos de escorpiões é um dos compromissos assumidos pelo CCZ de Tupã. Segundo a diretora de departamento de Vigilância em Saúde, Joselaine Pio Rocha, a medida ajuda a salvar vidas. “O soro produzido no Butantan é encaminhado para todo o país, mas em Tupã ele somente é encontrado na Santa Casa, unidade de saúde de referência para tratamento de pacientes acidentados”.
Em caso de picada por escorpião, a pessoa deve procurar imediatamente o pronto Socorro da Santa Casa, se necessário será feita aplicação do soro, neutralizando o veneno em circulação. “A pessoa não precisa se preocupar em capturar o animal, apenas os profissionais altamente habilitados do CCZ podem apreender os escorpiões com a devida segurança. Recomendamos ainda que não seja aplicado nenhum remédio no local, e que entrem em contato com o setor para notificação do caso”, ressaltou.
O prefeito Caio Aoqui lembrou que além da colaboração com o Instituto Butantan, o CCZ firmou parceria com a Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP (EACH), que realiza pesquisas no Laboratório de Ecologia Sensorial e Comportamento de Artrópodes (LESCA). “A partir dos espécimes capturados em Tupã, os estudiosos podem testar novas estratégias pra controle desses animais. Ao entender o comportamento desses animais, poderemos prevenir mais acidentes”.