A cultura tupãense dá um passinho à frente

*Por Robinson Ricci/Artigo de opinião

A bem organizada Conferência Municipal de Cultura de Tupã, realizada em plena tarde de sábado de Carnaval no auditório do Instituto Federal de Educação, nada teve de folia. Ao contrário, apontou para questões importantes para os fazedores de cultura do município, questões estas que implicarão os novos conselheiros eleitos naquela tarde exercerem com mais efetividade seu papel de representantes dos respectivos setores de atuação, o que significa participar constantemente aos colegas artistas tupãenses as iniciativas adotadas pelo novo Conselho Municipal de Políticas Culturais já a partir deste mês de março.

Eis aqui uma questão importante e urgente. Não temos o costume de discutir com componentes do grupo representado as decisões colegiadas (do Conselho). Basta informá-los pelos meios de comunicação que temos em mãos, como os veículos de imprensa e as redes sociais. Do outro lado, mesmo com esses meios em mãos, não são incomuns nem poucas as críticas dos fazedores de cultura de que as informações não lhes são repassadas. Isto é, duas posturas que precisam ser melhor trabalhadas: por um lado, o conselheiro terá que informar de maneira constante e efetiva as decisões definidas nas plenárias e todos os demais fatos que impactam o dia-a-dia cultural da cidade, do estado e do país. Por outro lado, o cidadão deverá não apenas cobrar, mas passar a se envolver mais com as questões que lhe são caras e urgentes. Vale lembrar que as plenárias do Conselho são abertas à presença do cidadão e da cidadã tupãenses.

Uma das responsabilidades mais urgentes deste novo Conselho será a revisão das metas previstas no Plano Municipal de Cultura (PMC) que, em razão principalmente das restrições impostas pela pandemia de Coronavírus, não puderem ser implementadas em quase sua totalidade. Há aqui, a meu ver, um outro ponto que precisará ser discutido e implementado. Todos os projetos e programas culturais de Tupã não preveem indicadores de avaliação ou, se estão previstos em um ou outro, não são devidamente considerados num eventual processo de análise de efetividade. Assim, Tupã conta com um PMC atualíssimo, mas como saber se suas metas serão alcançadas sem que tenhamos em mãos indicadores que nos provem que cada projeto cultural executa efetivamente seus objetivos, que não são apenas o mero entretenimento, mas principalmente a democratização da cultura, a formação de público e a transformação social?

Em ações, projetos e programas de tamanha importância não apenas para os fazedores de cultura da cidade, mas para a cidadã e o cidadão tupaenses, seus resultados não podem ser medidos no olhômetro ou no achômetro, sob o risco de serem interrompidos ou eventualmente usados como palcos de propaganda eleitoral do mandatário da vez.

Propor, deliberar e fiscalizar a efetiva execução de projetos culturais são e serão as prerrogativas do Conselho de Políticas Culturais de Tupã. Compartilhar aos seus representados as decisões colegiadas é e será o papel de cada conselheiro. Parafraseando Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na Lua, a bem organizada Conferência Municipal de Cultura foi um pequeno passo para os artistas de Tupã. Mas o gigantesco passo para a cultura e a cidadania tupãenses está por vir…

Robinson Ricci é o novo conselheiro representante da Dança no CMPCT.

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