“Com muito orgulho, apresento o livro no qual tive o privilégio de ter duas crônicas publicadas”, assim descreveu o Tupãense e jornalista Luis Guilherme em sua rede social, ao destacar esse marco em sua vida.
A obra “Crônicas de ir, vir e permanecer”, organizada por Helena Silvestre (feminista afroindígena, editora da Revista Amazonas e parte do movimento Luta Popular) é construída coletivamente, com diversos autores, entre eles, Luis Guilherme e foi publicado pela editora TXAI.
O lançamento oficial ocorreu no dia 31 de março e já está disponível para compra no site da editora.
Arte Capa – Amanda Martinez
“A vida de um estudante pensador” e “Itinerário da Máscara” são os títulos das crônicas produzidas pelo jornalista.
Luis Guilherme explicou que o projeto surgiu após sua participação em uma oficina de escrita da Poiesis – Instituto de Apoio à Cultura, à Língua e à Literatura, ministrada pela então militante Helena.
“Tive a oportunidade de participar de todas as etapas da construção deste livro por meio de encontros virtuais, onde pessoas incríveis dedicaram um pouco do seu tempo para tornar realizado esse sonho. Gratidão! É algo que agrega muito para a minha vida num todo”, declarou o Tupãense Guilherme.
A organizadora, Helena, por sua vez, descreve:
“Durante a pandemia eu ingressei como população flutuante de uma Coahb digital: uma vida em cada janela, cada um no seu quadrado e mesmo assim sofrendo de olhos dados a chorar, em comunhão, os dias difíceis de fome e morte”.
Produção Literária
“Crônicas de ir, vir e permanecer” soma 84 páginas e está divido em três partes:
– A primeira, “Fique em Casa”, relembra o recado repetido como mantra num país em que preservar-se da morte é privilégio (traduzido aqui como um direito seletivo que se realiza apenas para alguns). Mas estar em casa pressupõe ter uma casa, e essa morada – onde habitou a solidão por falta de contato ou os atritos pela convivência intensiva – origina narrativas distintas.
– Já a segunda parte, “De Passagem”, compartilha os trânsitos e transes de quem tem no transporte público o palco de muitas horas de vida. Revela os trajetos físicos e mentais que muita gente fez enquanto se deslocava sem direito ao fique em casa e até mesmo saudades ou memórias vividas nessa transição entre lugares.
_ Por fim, a terceira e última parte, “Crônicas de Permanecer”, conta um pouco do que sobrevive a todo solavanco e sustenta mesmo as espinhas dorsais mais vulnerabilizadas. Memórias que suportam o presente, histórias que compõe o núcleo duro onde somos centelha e magma, como a terra.
“Aqui, janelas e portas se abrem e nos deixam conhecer vizinhos e vizinhas, comunidades, memórias, salas com mobília feita de memória e a vulnerabilidade de um corpo no Pronto Socorro. Alguns relatos nascem de gente fervorosa, outros, de almas que possuem fé em deuses que não nomeamos. Como foi que outras pessoas atravessaram a pandemia? O que sentiam aqueles e aquelas que eu via apenas de minhas janelas, desconhecidos de meu cotidiano?” (Fragmento da apresentação de Helena Silvestre)
Sobre o autor
Luís Guilherme, 42, tem uma filha, é natural de Tupã. Fez parte do cenário artístico da cidade, formado em jornalismo pela FACCAT onde integrou o clube de leitura da Liga das Universidades Leitoras. Durante a pandemia fez várias oficinas on-line onde se descobriu escritor após convite de Helena Silvestre. (biografia informada pelo autor)