Empresário Clovis Manoel apresentou peças do novo acervo
O município de Tupã poderá contar em breve com a inauguração de um novo museu. O empresário Clovis Manoel já tem instalado no prédio localizado na Rua Iporans, 1.253, um grande acervo religioso com peças sacras.
Na tarde de ontem, o empresário abriu as portas do espaço para receber apoiadores do projeto e profissionais que atuam no setor, para conhecer as peças do futuro museu sacro de Tupã.
Clóvis Manoel, que atua no setor de eventos, explicou que o projeto foi iniciado durante a pandemia, após a suspensão de shows e festividades.
“A nossa demanda de serviços teve uma baixa e comecei a pintar oratórios, restaurar santos e os pedidos se estenderam para minha filha e irmã, por exemplo. Depois peguei gosto e comecei a fazer naturalmente. Eu já tinha muitas imagens de São Francisco e depois comecei a comprar para ampliar o acervo. Estão para chegar mais oito imagens”, explicou.
O empresário disse que as peças são adquiridas diretamente de escultores especializados de diversas regiões do País.
“Não compramos de loja ou bazar, estamos trazendo muito de Minas Gerais, João Pessoa e Recife, por exemplo. Agora estão para chegar outras peças novas de Minas Gerais, que é o berço desse tipo de arte”, afirmou.
No momento, o acervo possui cerca de 70 peças de arte sacra feitas em madeira, cerâmica, barro e pedra-sabão. No local, podem ser encontradas peças estilizadas de alto padrão, oratórios, crucifixos e quadros, entre diversos objetos de arte.
Clóvis Manoel também mantém um ateliê no espaço onde produz diversas obras de arte.
Vale lembrar que o futuro museu ainda não esta aberto para visitações. “Já temos um grupo de profissionais que estão preparando um site e as mídias sociais para fazermos as vendas pela internet. A previsão é de que até o fim do ano possamos inaugurar a visitação ao acervo. Já está quase tudo pronto. Faltam alguns detalhes para isso”, completou.
O empresário lembrou que o município de Tupã possui potencial para receber a instalação de novos museus, como é o caso do acervo afro que pertence ao produtor cultural André Prado, os diversos carros antigos do empresário Delfino Golfeto; e o acervo da Segunda Guerra Mundial, com centenas de peças, que pertence ao policial militar Marcel Garcia.
Tupã tem potencial para novos museus, mas o que esta faltando é adequar novos locais para instalar esses acervos, Tupã é uma das poucas cidades na região com essa quantidade de museus.
Temos uma cultura muito rica, mas temos que unir o poder público e as instituições privadas para conseguir melhorar tudo isso e colocar em atividade esses museus”, destacou, Clóvis Manoel.
PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA
O empresário Delfino Golfeto destacou a importância de se preservar a memória do município.
“Um povo sem memória é um povo sem história. E projetos como esse nos ajudam a manter a nossa historia, projetos como esse ajudam a manter nossa história”, afirmou.
Golfeto destacou a organização do espaço e disse que as peças estão muito bem distribuídas no local.
“Cada uma conta a sua historia e mostra o talento de diversos artistas plásticos do Brasil. Mas, agora, os nossos lideres precisam fazer um trabalho em cima disso. Está na hora de começarem a pensar em uma atração, começando pela nossa região, com realização de um tour pelos museus que temos na cidade. Estou surpreso e saindo daqui orgulhoso e muito feliz com o que vi”, afirmou.
DIFERENCIAL
A gerente do Museu Histórico e Pedagógico “Índia Vanuíre” Tamimi Raves Borsatto, parabenizou Clovis Manoel por sua iniciativa e disse que esse projeto será um diferencial para o município.
“Temos que parabenizar a coragem e a garra do Clovis por esse projeto de implantação de um museu de arte sacra. Tupã merece um museu desse porte. De início estou encantada”, afirmou.
Tamimi destacou a organização do acervo, com suas peças etiquetadas e expostas em cada sala conforme sua especialidade, “Estava faltando um museu sacro para Tupã. Já temos um museu indígena, ferroviário, da cachaça, dos tropeiros e da fotografia, isso era o que faltava para Tupã e o Clovis teve a feliz ideia, salientou.
POTENCIAL
O professor da Unesp de Tupã, Nelson Russo Moraes que organiza o projeto do Museu Ferroviária, explicou que a estruturação desse acervo é um esforço particular muito grande para a manutenção não só da arte, mas também da memória sacra no município.
“É um acervo muito grande e rico em madeira entalhada em cerâmica e pedra-sabão. Montar em Tupã esse acervo consolida no município a sua responsabilidade com a memória da Alta Paulista. Temos em Tupã um potencial muito grande para sua preservação histórica, afirmou.
Texto: Rafael Venchiarutti (Jornal Diário)
Fotos: Tupãense Notícias