Embora tenha sido sancionado no início de agosto, o empréstimo consignado Auxílio Brasil ainda não foi liberado. Desde então, os beneficiários que depositaram esperança neste crédito aguardam uma resposta do Ministério da Cidadania para que a contratação fique disponível. De acordo com informações internas, a regulamentação ainda não saiu porque não foi definida a taxa de juros.
O diferencial do empréstimo consignado Auxílio Brasil seria a redução na cobrança de juros. Este tipo de operação tem cobranças menores porque as chances do banco receber são grandes, já que o desconto da parcela de pagamento acontece diretamente na folha de salário. Ainda assim, a fixação de uma taxa de juros está sendo a grande problemática a ser resolvida.
O ministro da Cidadania, Ronaldo Vieira Bento, defende que a limitação dos juros seja equivalente ao que é cobrado no empréstimo para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Para os aposentados e pensionistas a taxa é variável de 1,82% a 2,14% aos mês . No entanto, em julho bancos e financeiras estavam oferecendo para o público do Auxílio Brasil juros de 86% ao ano, conforme apurou o Estadão.
A medida gerou uma série de críticas dos especialistas que acreditam que esta operação deva comprometer a renda de pessoas que já vivem com muito pouco. E ainda, pode aumentar o índice de endividamento dessas famílias que hoje estão em vulnerabilidade social. Já que fica permitido o comprometimento de 40% do valor do Auxílio para o pagamento mensal do empréstimo.
Para a diretora institucional da Rede Brasileira de Renda Básica, Paola Carvalho, o atraso na liberação do empréstimo consignado Auxílio Brasil é uma questão política.