Coreias trocam mísseis e se acusam de ‘invasão territorial’ pela primeira vez; veja imagens

Pela primeira vez desde a separação das Coreias, mísseis cruzaram os territórios vizinhos. Um dos projéteis foi lançado por Pyongyang ao sul da Linha do Limite Norte (NLL), que é a demarcação marítima entre as Coreias e área de tensão entre os países

No início da manhã, a Coreia do Nortedisparou 23 mísseis de vários tipos, segundo o Estado-Maior da Coreia do Sul. Seul acusou Pyongyang de invadir seu território, também pela primeira vez desde a separação das duas Coreias, e retaliou também com lançamento de mísseis ao território vizinho. 

Um dos projéteis lançados pela Coreia do Norte atingiu o sul da Linha do Limite Norte (NLL), que é a demarcação marítima entre as Coreias e uma área de tensão entre os países. Outros tipos de armamentos já haviam sido disparados nesta direção, mas nunca um míssil balístico. 

O presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, disse que o míssil norte-coreano que cruzou a fronteira marítima entre os dois vizinhos e caiu perto de suas águas territoriais constitui “uma invasão territorial”.

Yoon afirmou que a provocação da Coreia do Norte “constitui de fato uma invasão territorial com um míssil que cruzou a linha de fronteira norte pela primeira vez desde a divisão” da península, disse seu gabinete em comunicado.

O projétil caiu 26 quilômetros ao sul da NLL, a apenas 57 quilômetros da cidade sul-coreana de Sokcho, na costa leste, e a 167 quilômetros de Ulleung. Esta foi a primeira vez que a Coreia do Norte lançou um míssil balístico em direção ao sul, segundo Seul. 

Em retaliação, as Forças Armadas sul-coreanas Seul também dispararam mísseis que atingiram ao norte da NLL, alcançando portanto território norte-coreano.

Um caça F-15K lança míssil sobre espaço marítimo da Coreia do Norte em retaliação a lançamentos anteriores, em 2 de novembro de 2022. — Foto: Ministério da Defesa da Coreia do Sul/ Yonhap via Reuters

Os lançamentos ocorreram poucas horas depois de Pyongyang exigir que os Estados Unidos e a Coreia do Sul interrompessem os exercícios militares em larga escala, dizendo que “tal provocação e imprudência militar não podem mais ser toleradas”. 

De acordo com a rede de notícias pública japonesa “NHK”, o governo do Japão convocou uma equipe de emergência composta por funcionários de ministérios e agências relacionadas ao Centro de Gerenciamento de Crises do Gabinete do Primeiro Ministro. 

O ritmo de lançamento de mísseis pelos norte-coreanos têm crescido nos últimos meses. Só entre setembro e outubro de 2022, o país disparou dez projéteis, uma frequência sem precedentes.

Reportagem G1

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