Foto ADRIANO MACHADO / Reuters
O Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva (PT) anunciou neste domingo (8) um decreto de intervenção federal na área de segurança pública do Distrito Federal para manter a ordem pública após a invasão de radicais aos prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF).
Também nomeou Ricardo Garcia Cappelli como novo responsável pela segurança pública na capital. Cappelli é secretário-executivo do Ministério da Justiça, braço direito do ministro Flávio Dino.
O decreto vai vigorar até 31 de janeiro. Com a intervenção, os órgãos de segurança pública do Distrito Federal ficam sob responsabilidade de Ricardo Garcia Cappelli, com subordinação a Lula.
Leia íntegra do decreto
Vídeo: Terroristas agridem policial da cavalaria
Terroristas invadiram e depredaram palácio presidencial, Congresso e STF. Polícia do DF acompanhou movimentação dos golpistas pela manhã e não freou ataque na Esplanada dos Ministérios.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz que todas as pessoas serão encontradas e punidas. “Vamos descobrir quem são os financiadores”.
- Terroristas invadiram e depredaram os prédios dos 3 poderes em Brasília: Palácio do Planalto, Congresso e STF
- O movimento que ocorre há semanas em Brasília foi engrossado neste domingo por dezenas de ônibus que chegaram no fim de semana
- Apesar disso, a PM do DF mantinha poucos homens na Esplanada dos Ministérios e não conseguiu frear os terroristas.
- Dentro dos prédios, móveis e obras de arte foram destruídos no palácio presidencial, e documentos foram rasgados no STF.
- O governador do DF, Ibaneis Rocha, disse que demitirá Anderson Torres, secretário de Segurança, ex-ministro e aliado de Bolsonaro
Aras pede abertura de investigação sobre invasão de terroristas a sedes dos Três Poderes
O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu neste domingo (8) ao Ministério Público Federal no Distrito Federal a abertura de uma investigação para responsabilizar os envolvidos nas invasões às sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Associação Nacional dos Procuradores da República condena atos golpistas
A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) publicou uma nota em que “condena os atos golpistas, com métodos claramente terroristas, ocorridos neste domingo (8/1) em Brasília.” “Os crimes praticados devem ser prontamente investigados, com a punição dos organizadores e participantes”, diz.
“Desde o anúncio do resultado das eleições, vários esforços vêm sendo realizados por membros do Ministério Público Federal para prevenir atos golpistas e cessar o financiamento dessas ações. As forças de segurança não podem se omitir diante de evidente afronta ao Estado Democrático de Direito. É necessário responsabilizar os planejadores e financiadores das mobilizações golpistas e afastar todos aqueles que se omitem no cumprimento de seu dever institucional de impedi-las.”
Associação Brasileira de Imprensa vê inédita agressão ao Estado Democrático de Direito
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) afirma que “a Nação assiste, atônita e estarrecida, às cenas lamentáveis de invasão do Congresso, do STF e do Palácio do Planalto por terroristas, em atos golpistas que haviam sido previamente anunciados nas redes sociais. Trata-se de inédita agressão ao Estado Democrático de Direito, que tem de ser punida com os rigores da lei. A Associação Brasileira de Imprensa repudia com veemência tais atos de terrorismo e vandalismo e lamenta que as forças policiais e de segurança não tenham agido para impedir tais violências contra o patrimônio público e a democracia. As autoridades do GDF foram ausentes, para não dizer coniventes.”