Pela primeira vez, a Agência Espacial Europeia (ESA) irá realizar nesta sexta-feira (2) uma espécie de “live” de Marte.
O evento não será uma transmissão ao vivo de fato, visto que imagens do Planeta Vermelho demoram para chegar aqui na Terra, mas será o mais próximo que poderemos chegar disso, garante a ESA.
A expectativa da agência é de que a cada 50 segundos uma nova imagem do planeta seja transmitida na “live”, marcada para 13h no horário de Brasília.
Tecnicamente, o evento não é considerado uma live porque dependendo das posições relativas dos dois planetas, as imagens capturadas pelos equipamentos de observação da superfície marciana podem demorar de 3 a 22 minutos para chegar na Terra.
Por isso, nesta sexta, a ESA espera inclusive que os novos registros tenham cerca de 18 minutos de atraso.
São 17 minutos para a luz viajar de Marte para a Terra e cerca de um minuto para passar pelos fios e servidores da agência aqui no solo terrestre.
“Normalmente, vemos imagens de Marte e sabemos que foram tiradas dias antes. Mas estou animado para ver Marte como ele é agora – o mais próximo possível de um ‘agora’ marciano!”, celebrou James Godfrey, gerente de operações de veículos espaciais da ESA.
⚡? Mas por que todo esse tempo de viagem? Bom, isso acontece porque a luz tem uma velocidade de propagação, que é no caso 299 792 458 m/s no vácuo. Assim, apesar de ser muito rápida (uma velocidade imensamente difícil de alcançar e impossível de ser superada por qualquer objeto), isso leva um certo tempo.
A luz do Sol, por exemplo, demora em média 8 minutos para chegar aqui na Terra. Ou seja, se você olhar para o nosso astro agora, estará vendo uma imagem dele de 8 minutos atrás.
Por isso, para a maioria das missões espaciais, esse atraso não é um problema. Os cientistas se debruçam sobre esses dados que chegam por anos, explica a ESA, descobrindo novos segredos sobre o Universo. As transmissões ao vivo é que são de fato eventos mais raros.
E a live desta sexta-feira acontece por um motivo especial: para celebrar o 20º aniversário do Mars Express, uma missão não tripulada da ESA que estuda a atmosfera e a superfície do planeta vermelho desde 2003.
“Observe que nunca tentamos nada parecido antes, então os tempos exatos de viagem para sinais no solo permanecem um pouco incertos”, alertou a agência em um comunicado.
Fonte: G1