Hoje, 3 de julho, comemora-se o Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial, data que propõe a reflexão e a discussão sobre o tema, que, infelizmente, ainda é muito presente na sociedade do mundo todo.
A escolha do dia 3 de julho baseia-se na data em que foi sancionada a primeira lei no Brasil, que estabeleceu como crimes as práticas de discriminação com base em raça ou cor.
A Lei surgiu após um caso de discriminação a uma bailarina impedida de se hospedar em um hotel de São Paulo por ser uma mulher negra.
Com muita repercussão, a legislação trouxe à tona a discussão sobre o racismo.
Naquele tempo, porém, a instauração da lei teve pouco efeito pela falta de condenação. Décadas se passaram após sua criação e, mesmo assim, o cumprimento das normas ainda não é eficaz, fazendo com que a população negra continue desassistida no combate aos crimes raciais.
O Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial é um grito de socorro para que os crimes tenham as suas devidas punições.
No ano de 2023, completa-se 72 anos da sanção da lei, que entrou em vigor em 1951.
Mesmo com o avanço tecnológico, o grande fluxo de informações e as leis contra atos discriminatórios, vivemos um retrocesso racial, em que atitudes criminosas surgem de meios virtuais e presenciais, sem que os valores humanos sejam praticados.
O melhor caminho é a conscientização sobre o tema, que deve ser discutido e estudado, levantando questões particulares e enraizadas na sociedade.
As lideranças devem reforçar aos seus times a importância do combate ao racismo.
O racismo precisa ser combatido em todos os cantos!
Por fim, vale dizer que a transformação almejada exige, sobretudo, uma disposição para que as pessoas brancas se coloquem ativamente como aprendizes nessa reconstrução das relações raciais, enfrentando o desconforto, o medo, o desconhecimento; reeducando olhares e escutas; refletindo e avaliando suas ações em diálogo com pessoas negras e indígenas; desconstruindo a produção de privilégios, das discriminações e das violências no cotidiano e nas instituições e se abrindo para descobrir tudo aquilo que perdemos aos longo de séculos e atualmente – como seres humanos – ao negar o reconhecimento da dignidade, dos conhecimentos, da história, das culturas e dos valores civilizatórios dos povos africanos, afro-brasileiros e indígenas.