Cidade foi escolhida por ser terra natal do personagem principal
Tupã será palco de uma nova rodada de gravações do “Lugar de Escuta.Doc”, um documentário que tem como foco as masculinidades.
A gravação ocorrerá nesta sexta-feira (28). A cidade foi escolhida por ser a terra natal do personagem principal, Fausto Neto, idealizador e facilitador das rodas de conversa do projeto Lugar de Escuta, que deu origem ao documentário.
“Durante as gravações em Ribeirão Preto, percebemos que o Fausto estava muito sozinho em várias cenas, enquanto os outros personagens estavam rodeados por suas famílias. Até chegamos a mostrá-lo com amigos, mas não tínhamos alguém mais próximo que pudesse nos dar outra perspectiva de quem é o Fausto. Então pensamos que seria interessante visitar a mãe dele, para registrar esse momento de mais proximidade”, explica Julian Busquets Moura, que assina a direção cinematográfica em parceria com o produtor Alex Vissoto.
O documentário traz um olhar sensível sobre as experiências de vida, desafios, conquistas e conflitos enfrentados pelos homens envolvidos nesse projeto.
Com uma proposta de abertura para compartilhar sentimentos e vulnerabilidades, o “Lugar de Escuta” tem sido uma oportunidade única para que os integrantes se expressem e se conectem por meio da troca de experiências.
E segundo Moura, a gravação em Tupã tem como propósito revelar a vulnerabilidade do personagem e explorar sua relação familiar, permitindo que os espectadores se conectem ainda mais com sua jornada pessoal, compreendendo os motivos que o levaram seu caminho de vida e até a criar as rodas de conversa, em 2019, em Ribeirão Preto, cidade onde vive atualmente.
Fausto Neto é uma figura cativante que atua como elo entre as diversas rodas de conversa, costurando histórias e procurando proporcionar uma experiência única e enriquecedora para os espectadores.
A narrativa do documentário é guiada pelas reflexões do protagonista, que também narra em off, enriquecendo a imersão na jornada dos homens retratados.
A temática do projeto tocou profundamente o cineasta, que se viu pessoalmente conectado ao assunto. Filho de mãe porto-riquenha e pai brasileiro, Julian nasceu em Washington, onde foi criado apenas pela mãe, com auxílio de uma babá. Sem a presença de uma figura paterna e a meses de ter sua primeira filha, encontrou na proposta do “Lugar de Escuta” uma oportunidade para refletir sobre a paternidade ativa e o papel do homem.
E essa é justamente a proposta do documentário: oferecer um espaço para explorar visualmente a dinâmica de uma roda de conversa e mergulhar nos desafios da construção de uma nova visão masculina.
Produção
A primeira etapa das gravações ocorreu em uma roda com cerca de 30 participantes, em Ribeirão Preto, o que se revelou um desafio logístico para garantir que as câmeras não interferissem no ambiente de confiança e acolhimento que o projeto proporciona.
Moura ressaltou a importância da captação de áudio durante essas filmagens, uma vez que as histórias compartilhadas são a essência do documentário. Num segundo momento, as gravações foram realizadas em Irecê (BA).
Para ele, a missão do documentário vai além de retratar as vulnerabilidades masculinas e desconstruir padrões machistas. “É fundamental apresentar uma visão construtiva e desenvolver um novo olhar sobre a masculinidade, possibilitando aos homens uma melhor compreensão de si mesmos e de suas relações com o mundo. Ao revelar as histórias dos participantes da roda de conversa, o “Lugar de Escuta.Doc” busca inspirar outros homens em todo o Brasil a repensar suas crenças e valores, trilhando um caminho de crescimento e autodescoberta”, destaca.
Com realização do Ministério da Cultura e do produtor Alex Vissoto, produção executiva da Girassol Caminhos Criativos, o documentário tem parceria com o projeto Lugar de Escuta e patrocínio da Galvani.
A estreia de “Lugar de Escuta.Doc” promete ser um marco significativo na discussão sobre masculinidades e nas reflexões sobre o papel do homem na sociedade contemporânea.
O documentário, através de suas histórias, aponta para um caminho de transformação e construção de um futuro mais igualitário e empático para todos.
Texto: Suzana Amyuni, Jornalista