Os últimos dados do Sindicato dos Delegados, de fevereiro, revelam que há 17.324 cargos vagos em todo o estado, enquanto o número de cargos existentes é de 41.912
O governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou a convocação de mais de 4 mil aprovados em concurso para vagas na Polícia Civil. A decisão foi publicada no Diário Oficial nesta sexta-feira (3).
A decisão ocorre após o estado bater recorde no déficit de servidores desse setor, segundo o levantamento do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp).
Os últimos dados do sindicato, de fevereiro deste ano, revelam que há 17.324 cargos vagos em todo o estado, enquanto o número de cargos existentes é de 41.912. Isto é, um déficit de 41%.
O recorde anterior foi registrado em dezembro de 2022, na gestão Rodrigo Garcia (sem partido), com 17.114 cargos desocupados.
Quando Tarcísio assumiu a gestão estadual em janeiro de 2023, a quantidade de cargos vagos era de 16.293. Desde então, a defasagem na Polícia Civil apenas cresceu.
Déficit de servidores da Polícia Civil de São Paulo
O levantamento do Sindpesp, conhecido como “defasômetro”, reúne dados dos seguintes cargos: delegado, escrivão, investigador, agente policial, agente de telecomunicações, papiloscopista, auxiliar de papiloscopista, carcereiro, médico legista, auxiliar de necropsia, atendente de necrotério, perito, fotógrafo e desenhista.
A presidente do (Sindpesp) Jacqueline Valadares explica que o alto déficit de recursos humanos na Polícia Civil impacta diretamente no andamento de inquéritos, em investigações de todo tipo de crime e no atendimento ao cidadão nas delegacias. “Com menos policiais nos quadros da instituição, há sobrecarga desses profissionais que atuam para salvaguardar a segurança da população”.
“A nomeação de pouco mais de 4 mil novos profissionais, entre delegados, investigadores, escrivães, é um alento e um passo muito importante do governo do estado de São Paulo em prol da Polícia Civil bandeirante, e que merece ser reconhecido. Estas nomeações certamente amenizarão substancialmente o déficit de pessoal recorde enfrentado pela instituição, fruto do descaso de décadas e governos”, complementa.
Grupo de trabalho
O grupo de trabalho vai durar 45 dias e também vai avaliar a possibilidade de implementação do “Boletim de Ocorrências Único”, uma antiga demanda da Polícia Civil, que prevê a unificação dos registros de ocorrência pelas polícias.
“Deixando claro que aqui em São Paulo a gente não quer que nenhuma instituição invada a competência legal de outra, portanto argumentos como: ‘Olha, a PM vai receber atribuições de investigação, invadindo a competência da Polícia Civil…”, não é o nosso desejo e a gente não vai deixar que isso aconteça. É para isso que esse grupo de trabalho foi criado”, explicou Derrite em vídeo publicado nas redes sociais.
Ao final dos estudos do grupo, de acordo com Derrite, a pasta vai “tomar uma decisão técnica” sobre os boletins únicos e os termos circunstanciados.
Convocação dos aprovados
Segundo a medida assinada pelo governador, a convocação contempla os candidatos aprovados no concurso de 2022, além de todos os remanescentes. A medida prevê a formação e contratação de 2.208 escrivães, 1.260 investigadores, 353 delegados e 196 médicos-legistas.
A posse dos candidatos em seus cargos deve ocorrer em até 15 dias após as nomeações, de acordo a Secretaria de Segurança Pública (SSP). Os convocados passarão por cursos de formação na Academia de Polícia, sendo de cinco meses para os delegados e de três meses para as outras carreiras.
O Governo de São Paulo também afirma que concursos para o preenchimento de outras 3,5 mil vagas – com 3.135 postos da Polícia Civil e 365 da Técnico-Científica – estão em andamento.
Fonte: G1