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Um episódio de violência na Escola Índia Vanuíre, em Tupã, ocorrido em 12 de fevereiro, trouxe à tona questões sobre bullying e a convivência entre estudantes. O incidente começou com ofensas verbais e terminou em agressão física nas escadas da escola, durante o horário de saída. Três alunos estiveram envolvidos.
Segundo a mãe da vítima, o filho sofria insultos como “gordo” e “cabelo de miojo” de um colega. No dia do ocorrido, ele revidou verbalmente, o que resultou em uma reação física. Dois alunos o agrediram com socos e chutes, deixando marcas visíveis. A briga foi interrompida por uma professora.
A mãe, que preferiu não se identificar, relatou que o filho tem Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD), e o episódio agravou seu estado emocional. A família decidiu retirar o adolescente da escola, alegando falta de segurança. “Meu filho poderia ter se machucado gravemente ou até morrido se tivesse caído da escada”, desabafou.
A Diretoria de Ensino de Tupã informou que os pais foram chamados e orientados sobre o ocorrido. Segundo a Diretoria, o aluno agredido havia se envolvido em uma situação anterior com um estudante autista, o que pode ter contribuído para o desentendimento. A mãe afirmou que o filho tem TOD, mas a escola diz que não possui laudo médico que comprove o transtorno, o que dificulta medidas específicas de apoio.
As providências seguiram o Protocolo 179 do Programa Conviva/SEDUC-SP, que inclui mediação de conflitos, atendimento psicológico e comunicação aos responsáveis. O caso foi registrado na Plataforma Conviva, e um Boletim de Ocorrência foi aberto. A escola também reforçou os quatro pilares da educação: aprender a ser, aprender a aprender, aprender a conhecer e aprender a conviver.
A mãe questiona a eficácia das medidas, especialmente em casos de violência física. “A maior punição é uma suspensão. Como meu filho pode estudar no mesmo lugar que seus agressores?”, questiona. Outra preocupação é o uso de celulares, proibido por lei, já que o episódio foi filmado e divulgado em redes sociais, aumentando o constrangimento do adolescente. A escola tem reforçado a fiscalização, mas a exposição nas redes mostra que há desafios a superar.
O caso reforça a necessidade de uma abordagem integral da educação, que priorize a formação de cidadãos éticos e empáticos. Programas como o Conviva/SEDUC-SP são essenciais, mas é crucial envolver as famílias e promover campanhas de conscientização para prevenir o bullying. A busca por justiça pela família da vítima reflete a urgência de respostas eficazes para garantir um ambiente escolar seguro e acolhedor. A educação, como pilar da sociedade, deve equilibrar formação acadêmica e construção de relações saudáveis.